Angola inaugura Aproveitamento Hidrelétrico de Laúca, construído pela OEC

Projeto gerou mais de 60 mil empregos e é responsável atualmente por 40% da necessidade energética do país

Por Conexão Construção 24/05/2023 - 19:07 hs
Foto: Divulgação
Angola inaugura Aproveitamento Hidrelétrico de Laúca, construído pela OEC
Aproveitamento Hidrelétrico (AH) de Laúca possui lago artificial com 188 km2
O governo de Angola inaugurou no último dia 12 o Aproveitamento Hidrelétrico (AH) de Laúca, obra construída pela OEC - Engenharia e Construção e que adiciona 65,5 megawatts gerados pela Central Ecológica ao complexo energético, o maior do país e um dos maiores da África. Com a conclusão das obras, Laúca oferece 2.070 megawatts de capacidade instalada, aproximadamente 40% da procura energética de Angola, com capacidade de produção total anual de 9 mil GWh.
As estruturas que compõem o AH de Laúca são de grandes dimensões e fruto das tecnologias avançadas utilizadas e de uma engenharia eficiente capaz de desenvolver os melhores projetos e soluções mais adequadas. Para entender o gigantismo da obra, a barragem possui 1.070 metros de comprimento e 156 metros de altura e um lago artificial com 188 km quadrados de área. A central principal é 100% subterrânea e comporta seis geradores, cada um com 334 megawatts de capacidade. 
A importância da obra e a qualidade de sua execução da OEC também foram reconhecidas pela revista Engineering News-Record (ENR) que, no ano de 2021, concedeu a Laúca o prêmio Global Best Projects, considerado o Oscar da engenharia mundial, na categoria Energia/Industrial.

Mão de obra

Laúca gerou mais de 10 mil empregos diretos e 53 mil indiretos, com 95% dos quadros formados por angolanos. O projeto comprometeu-se desde o início com a oferta de oportunidades aos quadros nacionais. Foram formados e contratados mais de 2,3 mil trabalhadores através do Programa Acreditar, com formação básica e específica em diversas profissões como ferreiros, carpinteiros, entre outros. Também foram contratados mais de 150 jovens recém-formados em diversas áreas de atuação para a primeira oportunidade de emprego. Tudo isso sob os cuidados de 14 programas de segurança no trabalho implementados.
Para absorver o gigantismo das obras, a OEC construiu uma grande infraestrutura de apoio para acomodar os integrantes composta por alojamentos, complexo desportivo, centro médico, cine-teatro, agência bancária, supermercado, drogaria, ginásios e até um salão de beleza. No pico das obras, foram servidas mais de 29 mil refeições por dia no refeitório construído na região localizada nas províncias de Malanje e do Kwanza Norte.
Através do Programa Socioambiental implementado junto às comunidades, o projeto tem realizado o replantio, com a compra de mudas nativas e geração de renda para os moradores das comunidades vizinhas. Além dessa iniciativa, o AH Laúca também recuperou 60 hectares de área degradada no canteiro das obras e resgatou mais de 1.500 animais e 200 espécies de plantas nativas durante o enchimento do lago.
Com a inauguração, a OEC contribui significativamente para a mudança na matriz energética de Angola, país dependente de petróleo, com uma fonte de energia limpa e sustentável. Segundo o governo local, com mais disponibilidade e segurança energética, o país segue rumo ao desenvolvimento social e econômico, mais atrativa aos investidores estrangeiros e mais capaz de apostar na educação e na criação de emprego.

Mercado 

A OEC voltou a crescer em 2022, registrando um faturamento de R$ 4,6 bilhões, volume 65% superior ao período anterior. Os esforços da empresa, que resultaram em números positivos, ocorreram em um momento em que o setor encolheu como um todo no Brasil. Segundo a ABDIB (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base), o volume de investimentos em obras no país caiu 31% desde 2014. Já o investimento público foi reduzido pela metade. Em 2021, o total de investimentos em infraestrutura correspondeu a apenas 1,57% do PIB, o menor nível da série histórica organizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), quando seriam necessários aportes anuais de 4,3% do PIB ao longo dos próximos dez anos para reduzir gargalos ao desenvolvimento econômico e social.